Dez municípios do Baixo Mondego contestam fecho de urgências nocturnas

Dez municípios do Baixo Mondego contestam o “iminente” encerramento do Serviço de Urgência do Hospital dos Covões, em Coimbra, durante o período nocturno, e solicitam uma reunião, com carácter de urgência, com o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Após uma reunião extraordinária, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, que representa, neste caso, os municípios de Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penacova e Soure,  solicita que a administração do CHUC “tenha a prudência de não tomar qualquer decisão sem que sejam tornadas públicas as razões substantivas que justifiquem” o eventual encerramento daquele serviço de Urgência “sem que seja avaliado e tornado público o impacto nas populações servidas” por aquele hospital.

O anúncio do alegado encerramento daquele serviço foi feito no final da passada semana por um jornal de Coimbra, tendo a administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que em 2011 agregou o Centro Hospitalar (Hospital dos Covões), os Hospitais da Universidade e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, referido que “há estudos técnicos ainda a decorrer”.

Contudo, fonte hospitalar adiantou que aquela urgência iria encerrar durante a noite a partir do “segundo trimestre deste ano”.

Os autarcas do Baixo Mondego consideram que a fusão dos hospitais “em termos de estrutura de gestão pode constituir uma medida racional” e que também a “concentração de algumas respostas médicas, evitando a duplicação da oferta, designadamente urgências de especialidade, pode constituir uma medida interessante de redução de custos sem pôr em causa a qualidade do serviço, desde que distribuídas pelas unidades hospitalares da cidade”.

Porém, defendem que qualquer “alteração ao modelo de prestação de cuidados de saúde” deve ser objecto de “análise e discussão com os profissionais de saúde” mas também com as “instituições representantes das populações afectadas”, como é o caso das autarquias.

Segundo aquela Comunidade Intermunicipal, presidida por Jorge Bento, autarca de Condeixa-a-Nova, “é do conhecimento público que o Serviço de Urgência do Hospital dos Covões funciona mais eficientemente que o serviço congénere” dos Hospitais da Universidade de Coimbra, pelo que “parece óbvio” que o encerramento previsto provocará um “congestionamento desastroso” do serviço dos HUC, com “incontornável prejuízo para os cuidados médicos prestados aos utentes e de conforto para as suas famílias”.

Os autarcas relembram que aquando do encerramento do atendimento nocturno dos Centros de Saúde, a argumentação da Administração Regional de Saúde do Centro “baseava-se na qualidade e proximidade do Serviço de Urgências de 24 horas do Hospital dos Covões que serviam o território a Sul do Mondego”.

“O ambiente de opacidade e falta de informação sobre o processo de fusão destes hospitais e consequente reorganização de serviços induz a perda de confiança dos utentes, desestabiliza os serviços, pressiona negativamente os profissionais de Saúde e criará condições para que ao debate sereno das políticas se sobreponham paixões e se desencadeiem movimentos de revolta social”, referem os autarcas.

 

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