Mais de 650 idosos da região do Mondego vão criar espólio de memórias

Mais de 650 idosos de oito municípios da região do Mondego vão participar na criação de um espólio de memórias no âmbito de um projeto da Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas Medievais do Mondego. O projeto «Caixa de Memórias», apresentado esta semana em Pombal, irá decorrer até final do ano, envolvendo 15 instituições de solidariedade social.

A iniciativa pretende «criar um espólio significativo de memórias, em múltiplos suportes, que possam ser utilizadas para alimentar e inspirar as diferentes plataformas de comunicação e promoção da Rede de Castelos e Muralhas do Mondego e que possam, elas próprias, servir de base para a criação de suportes de memórias em rede», como refere Ivânia Monteiro, coordenadora técnica daquela Agência para o Desenvolvimento.

De acordo com aquela responsável, o projeto visa «valorizar as pessoas e as suas memórias, pessoais ou coletivas, sobretudo as histórias associadas ao património, mas não só». Para tal, será desenvolvida uma «iniciativa de sensibilização da comunidade sénior para a existência do património local e da rede, sua importância histórica e territorial». Ou seja, «levar as pessoas a visitar os nossos castelos», diz.

Para o efeito, o projeto será abraçado pelos utentes de quinze instituições de solidariedade social dos oito municípios que integram a rede de Castelos: Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo, Penela, Pombal, Soure, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz.

Ivânia Monteiro adianta que o projeto assentará em «duas dinâmicas distintas mas complementares». Por um lado, «pretende-se proporcionar à comunidade sénior visitas guiadas e dedicadas aos oito monumentos da rede», por outro, «a cada instituição será entregue uma Caixa de Memórias, onde serão guardados todos os trabalhos e recolhas que for realizando até dezembro». «Após cada visita, as instituições deverão partilhar pelo menos o resultado de uma recolha ou trabalho realizado», acrescenta.

«O desafio às instituições passa assim por recolher o maior número possível de memórias que, desejavelmente, tenham como pano de fundo o monumento da rede eleito pelo seu concelho», refere aquela coordenadora técnica, dando como exemplos, «histórias pessoais, vivências em comunidade, rezas e superstições, lengalengas; melodias, levantamentos em suporte oral, fotografia, videos, as possibilidades são inúmeras e balizadas apenas pela imaginação dos nossos anfitriões».

No final do primeiro semestre de 2013, será apresentado publicamente o resultado do projeto, eventualmente num encontro com todos os participantes e instituições.

Manuel Carraco Reis, provedor da Misericórdia de Montemor-o-Velho que juntamente com o presidente da Câmara de Pombal, Narciso Mota, e do vice-presidente da autarquia de Penela, Luís Filipe Matias, participou na sessão de apresentação, felicitou os mentores do projeto, referindo que «há um mundo imenso para explorar, há um mundo imenso para coletar».

Por sua vez, Luís Filipe Matias, que preside à Agência para o Desenvolvimento, também enalteceu a importância daquela iniciativa, «que procura fazer uma alavancagem de um território que se quer mais inovador, mais competitivo e que procura, na base do património valiosíssimo criar novas dinâmicas de desenvolvimento económico».

No seu entender, a «Caixa de Memórias» procura «atentar no património mais valioso que temos, as pessoas, e pegar na sabedoria e no conhecimento, muitas vezes empírica, para enriquecerem o nosso património construído».

Uma opinião também corroborada pelo presidente da Câmara Municipal de Pombal. Narciso Mota aproveitou para sublinhar a dinâmica e a importância das instituições particulares de solidariedade social, parceiros da Agência naquele projeto.

Orlando Cardoso | Diário de Leiria | Diário de Coimbra

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