Autarca de Pombal irritado ameaça retirar pelouros e critica directores de departamento
25/02/2011 2 comentários
O presidente da Câmara Municipal de Pombal irritou-se ontem, durante a reunião do executivo, perante uma intervenção do seu vice-presidente, e ameaçou tomar medidas. «Para grandes males, grandes remédios», disse o autarca, dirigindo-se, também, a directores de departamento e quadros superiores.
Em causa estava a análise de uma proposta que visava efectuar uma alteração ao Plano Director Municipal na sequência de um requerimento de um promotor imobiliário para que fosse permitido alterar a densidade de fogos habitacionais numa urbanização na cidade. Um assunto que acabaria por ser retirado da ordem dos trabalhos para ser discutido e votado em próxima reunião.
Apesar da intenção do executivo em votar favoravelmente, por unanimidade, o vice-presidente da Câmara acabaria por alertar para a existência de um parecer desfavorável, não datado, elaborado pelo Director de Departamento de Urbanismo, Celestino Mota, irmão do próprio presidente.
Narciso Mota não gostou da observação de Diogo Mateus e começou por fazer diversos considerandos, referindo que não aceitava «politiquices» no seio da autarquia. Quanto ao parecer, o autarca considerou-o «medíocre» e pediu para que fosse retirado do processo, uma vez que o assunto em discussão não necessitaria de pareceres técnicos, visto tratar-se de uma decisão meramente política.
«O espírito de equipa é ajudar e não levantar problemas para se dizer que se sabe tudo», disse o edil, tendo depois recusado dar a palavra ao referido Director de Departamento, a pedido deste. «Não lhe dou licença para o senhor falar», disse, por duas vezes.
Afirmando que: «não brinco em serviço, nunca brinquei», o presidente da Câmara anunciou que iria «tomar medidas». «Estou atento, muito atento», disse, acrescentando que «por isso é que há processos para reajustar pelouros e nomear directores de departamentos».
Narciso Mota acabaria por ditar para a acta a sua «determinação» para que, no futuro, «qualquer vereador com pelouros, que verifique que há algum reparo ou lacuna a fazer nos processos, jamais estes serão corrigidos em reunião de Câmara, sob pena de correr o risco de perder os pelouros». E acrescenta que «o espírito de equipa é também haver lealdade e profissionalismo», criticando que alguns vereadores «queiram brilhar à margem do presidente».
Depois, dirigindo-se aos directores de departamentos e quadros superiores, que habitualmente assistem às reuniões do executivo, Narciso Mota disse: «em próximas reuniões só aqui vêm quando eu vos chamar. Até podem sair já. Podem sair e ir trabalhar».
Por sua vez, Diogo Mateus referiu que concordava com tudo o que Narciso Mota falou. «Gosto de si e estou solidário consigo, e com a Câmara, em tudo». Referindo que apenas teve conhecimento da proposta no início da reunião, quando lhe colocaram a documentação em cima da mesa, o vereador afirmou que «o que aqui está é uma teimosia de quem não concorda com a opinião política», tendo salientado que «a experiência já me ensinou que documentos não datados são sempre muito estranhos».
Orlando Cardoso | Director de Leiria | Diário de Coimbra
1. Nenhum vereador pode brilhar sem o consentimento do presidente. Já todos sabemos isso menos o vereador Diogo que já teve tempo de aprender – parece que não lhe bastou a passagem sabática pela JF de Pombal! Não será melhor meter a viola no saco de uma vez por todas? Olhe que por este andar não vai ser o cabeça de lista nas próximas eleições;
2. Os pareceres do Arquitecto Celestino, que também é Mota e irmão de Narciso (esse, o Mota presidente), são medíocres. Afinal, o Arquitecto tem perdido as qualidades que levaram o seu irmão a promovê-lo a director de departamento quando chegou à presidência;
3. As decisões políticas sobrepõem-se aos pareceres técnicos. Então para que servem os técnicos? Para darem os pareceres que o presidente lhes encomendar.
4. Gostava (e provavelmente muitos pombalenses) de ter assistido a esta sessão. Já não precisava de ir ao circo…
Carta a Mateus….
Exmo.Sr.Vice-Presidente da C.M. Pombal
Dei-me conta só agora de mais esta desconsideração de que foi alvo por parte do “Seu Presidente” na última Reunião da Câmara. Depois de tanta má educação e desnorte psicótico de que tem sido alvo por parte de quem “muito gosta” o que lhe resta ?
Acredite que me custa dizê-lo mas não estará na hora de ter algum “pingo” de pudor (V.Excª diria outra coisa) e dimitir-se ? Não lhe resta outro caminho. Creia que me custa vê-lo perder o que lhe resta, do já notório deficit de caracter que vem demonstrando e do qual tem de recuperar rápidamente. Há eleições muito em breve.
Saudações.