Ministro garante administração do Centro Hospitalar Leiria-Pombal até final do mês

O ministro da Saúde garantiu hoje que o conselho de administração do Centro Hospitalar Leiria-Pombal, resultante da fusão entre o Hospital Santo André (Leiria) e o Hospital Distrital de Pombal, e suspenso desde início de Abril, será nomeado «ainda durante este mês».

Paulo Macedo falava aos jornalista à margem da cerimónia de inauguração da central de cogeração/trigeração do Hospital Santo André, que decorreu hoje de manhã. Uma estrutura que garante a diminuição de 30 por cento do consumo energético do hospital, o que corresponde a 1,5 milhões de euros.

Aquela diminuição resultará da produção própria de energia térmica e elétrica, através da central, a primeira numa unidade hospitalar da zona centro de Portugal. A nova central representa um investimento de 2,7 milhões de euros, suportados na íntegra pelo Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), e será gerida em parceria entre esta empresa e o próprio hospital, sendo que, no final do prazo previsto pelo acordo, o equipamento, e todas as estruturas anexas reverterão para o hospital a custo zero.

Quanto ao Centro Hospitalar Leiria-Pombal, que entrou em funções a 1 de Abril, mas que devido ao processo eleitoral na ocasião, não foi nomeado o conselho de administração, Paulo Macedo disse que aquele modelo será para concretizar, adiantando que «espero que tenha sido criado baseado em estudos claros».

Questionado sobre o futuro papel do hospital de Pombal naquele modelo, o ministro referiu que «obviamente espera-se, quando se cria um centro hospitalar, que se potencie sinergias para que a população seja mais bem servida». Paulo Macedo disse, ainda, que «competirá à gestão, fazer a avaliação e de executar».

Já Helder Roque, que chegou a ser dado como certo na presidência do Centro Hospitalar, recusou comentar esse cenário. «Estou apenas nomeado presidente do conselho de administração do Hospital Santo André e a cumprir o meu mandato, em gestão corrente», por imposição do decreto-lei que cria a nova estrutura.

No entanto, aquele responsável lamenta a falta de nomeação da nova administração, que «devia ter acontecido aquando da criação do centro hospitalar». Disse que tal situação «criou grandes dificuldades de articulação, grandes dificuldades em termos administrativos e em termos económico-financeiros».

Antes, na sua intervenção, essencialmente dirigida a profissionais de saúde, Paulo Macedo destacou a «qualidade dos cuidados» prestados pelo Hospital Santo André. Na sua opinião, aquele hospital «é um exemplo de que qualidade dos serviços prestados e rigor financeiro não são conceitos opostos».

Disse, ainda, que os resultados positivos apresentados nos últimos anos, «só podem ser produto de uma gestão rigorosa».

O ministro afirmou que a política de saúde em 2012 «tem como prioridade pôr em prática medidas que garantam a manutenção da qualidade dos serviços de saúde e, ao mesmo tempo, um ajustamento da despesa às receitas disponíveis». «Pretende-se potenciar a sustentabilidade financeira e pretende-se garantir os serviços a todos os cidadãos especialmente os mais vulneráveis», disse.

Referindo que «uma grande parte do esforço de ajustamento está por fazer», Paulo Macedo deu como exemplo «a tão necessária reforma hospitalar». Daí que o Governo tenha criado um Grupo Técnico para o efeito.

«Os trabalhos estão a decorrer e até ao final do ano será proposto um conjunto de medidas para aumentar a eficiência na prestação dos cuidados hospitalares», disse, acrescentando que a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde «terá de assentar em medidas dirigidas às áreas onde exista margem para ganhos de eficiência».

«O objectivo é conseguir reduções da despesa sem afectar a qualidade dos serviços prestados ou a universalidade do SNS», afirmou, adiantando que «queremos que os hospitais mantenham a qualidade e a quantidade dos serviços prestados mas que reduzam os custos».

Para isso, o ministro pretende que «reforcem o peso da cirurgia de ambulatório» e que «façam uma melhor gestão dos recursos humanos de forma a reduzir as horas extraordinárias».


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