José Elísio diz que autarcas “são uns totós nacionais que ainda pagam para trabalhar”

O autarca de Lavos, Figueira da Foz, José Elísio Oliveira, disse quinta feira à noite num debate sobre a reorganização administrativa que os presidentes de junta “são uns totós nacionais que pagam para trabalhar” em favor do País.

“Os autarcas das freguesias, na esmagadora maioria, são uns totós nacionais que ainda pagam para trabalhar em favor da comunidade nacional”, disse José Elísio Oliveira, criticando a intenção do Governo de reduzir freguesias rurais no âmbito da reforma da administração local.

Antigo vereador social democrata e ex-presidente da concelhia do PSD da Figueira da Foz, José Elísio Oliveira foi eleito presidente da junta de Lavos nas últimas autárquicas pelo movimento independente “Ou Vai Ou Racha”.

Durante uma tertúlia no Casino da Figueira da Foz, que tinha como convidado o secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, o autarca de Lavos – freguesia rural da margem esquerda do Mondego, sede de concelho até ao século XIX e que esteve na génese da criação das freguesias do sul do município da Figueira da Foz – defendeu, no entanto, “a necessidade de reduzir muitas das freguesias urbanas de Portugal”.

“Porque essas é que custam muito dinheiro e o que produzem é pouco, a sua rentabilidade é pouca para aquilo que produzem”, frisou.

Disse que a freguesia de Lavos não vai aceitar “o enxovalho, a humilhação e a injustiça” de poder vir a ser anexada “seja por quem for”, prometendo “lutar” contra a reforma.

“Nós vamos ser sempre um ponto de conflito. Vamos continuar a lutar pela nossa independência e vamos consegui-lo”, assegurou.

Questionado por Fátima Campos Ferreira, anfitriã da tertúlia, se vale a pena radicalizar a luta, o autarca anuiu, considerando que a reorganização administrativa é uma “ficção”.

“Porque não vai haver economia nenhuma, os gastos vão ser maiores. Vai haver é ingovernabilidade de muitas freguesias”, sublinhou.

Durante as três horas de debate, por várias vezes ouviram-se na sala disputas verbais entre autarcas de juntas de freguesia rurais e urbanas em desacordo.

Na resposta a José Elísio Oliveira, o secretário de Estado Paulo Júlio referiu que Portugal padece de um “problema cultural” relacionado com reformas.

“Aqui percebemos todos que as reformas são boas… desde que não sejam connosco”, ironizou.

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2 Responses to José Elísio diz que autarcas “são uns totós nacionais que ainda pagam para trabalhar”

  1. zeze says:

    …são todos uns totós voluntários…que não acabam enquanto houver leite e mel para sugar…
    Mas voluntàriamente não se vão embora. è preciso empurrá-los à força…………………

  2. zeze says:

    Coitados dos Presidentes da Junta. Tenho tanta peninha deles. Que são uns moiros a trabalhar e nada recebem em troca. Coitadinhos.
    São uns voluntários à força, para esmifrarem o que podem…
    As tabelas por que recebem até nem são iguais, coitados…
    Perante este regabofe de fusão ou não fusão de freguesias e concelhos, o Ministro Gaspar só devia fazer uma coisa. A partir de agora passaria a enviar às autarquias todas deste país sòmente um por cento das verbas que lhes tem mandado até aqui.
    Eu queria ver quais os coitados dos autarcas que se iriam manter no poleiro. Nem um lá ficava…e então sim a população poderia eleger um novo que iria trabalhar para o seu povo…por mero voluntarismo…

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