Monumento em Pedrógão Grande presta “justa homenagem” aos bombeiros

O secretário de Estado da Administração Interna presidiu domingo, em Pedrógão Grande, à inauguração de um monumento de homenagem aos bombeiros. «Uma justa homenagem a toda a uma vida dedicada ao socorro da população», afirmou Filipe Lobo d’Ávila.

Segundo o presidente da Câmara Municipal, com aquele monumento, a autarquia pretende «homenagear a grande instituição que é os bombeiros portugueses», acrescentando que «é em momentos de dificuldade e de depressão que se deve distinguir o que de bom existe».

Referindo que «os bombeiros estão no melhor do que existe na sociedade», João Gomes Marques salientou a importância daquela homenagem «mesmo contra os velhos do Restelo que resolvem criticar tudo e todos».

Uma homenagem agradecida pelo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande. Carlos David aproveitou o momento para enaltecer a «sensibilidade» de João Marques quanto ao trabalho dos bombeiros e considerou que aquele monumento «é um simbolismo muito forte» desse mesmo trabalho.

O dirigente aproveitou, ainda, para se referir à situação financeira da corporação, «idêntica à de muitas outras do país». «Lutamos com muitas dificuldades perante uma diminuição de receitas para metade e um aumento de despesas devido ao aumento de alguns custos, como combustíveis, eletricidade, gás, entre outros».

Carlos David referiu-se, também, às dificuldades inerentes com os «critérios muito apertados» por parte do 112, levando a que alguns pedidos de emergência não sejam considerados como tal, acabando as pessoas por não pagarem aos bombeiros, como deveriam fazê-lo. «Acabam por ser os bombeiros a subsidiar o Estado», afirmou.

Uma deixa para que o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses transmitisse as suas preocupações ao membro do Governo. Jaime Soares aproveitou para afirmar que os bombeiros «são o principal agente de Proteção Civil em Portugal e como tal assim devem ser entendidos».

Referindo-se ao acordo que a Liga fechou na sexta-feira com o Ministério da Saúde relativo ao transporte de doentes não urgentes, Jaime Soares considerou tratar-se de um «acordo possível» que vem, apenas, permitir que as corporações «equilibrem a sua sustentabilidade financeira».

Jaime Soares afirmou, ainda, que não encontra «ninguém do Governo a dizer mal dos bombeiros» mas «os resultados é que não se efetivam». E deixou um aviso ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), com quem a Liga vai iniciar uma «nova etapa».

«Andamos a pagar para socorrer» mas «não vamos mais deixar que isso aconteça», disse o presidente da LBP, acrescentando que «a qualquer altura o INEM posse ter as ambulâncias que estão nas corporações à sua porta».

Por sua vez, o secretário de Estado desviou no caminho de resposta aos oradores que lhe antecederam e optou por dirigir «palavras de profundo respeito e grande gratidão» a todos os bombeiros e dirigentes das associações humanitárias.

Ao considerar que «tivemos muitos anos de palavras mas que eram precisos atos», Filipe Lobo d’Ávila afirmou que «pela primeira vez» o Ministério da Administração Interna «transitou de ano sem dívidas aos bombeiros».

Aproveitando a sua intervenção, o governante referiu-se à previsão de um ano difícil tendo em conta as «condições climatéricas adversas».

Referindo que nos dois primeiros meses do ano registaram-se mais de 4.000 incêndios florestais, ao contrário do ano passado que se ficaram por cerca de 600, Filipe Lobo d’Ávila afirmou que «só com um dispositivo forte e preparado foi possível dar resposta» às diversas ocorrências.

Daí que tenha dado a conhecer algumas das medidas adotadas pelo MAI para dar resposta aos próximos meses, e que passam, não só pela antecipação de verbas a cerca de uma centena de corporações, mas também pelo reforço do dispositivo permanente com equipas do Grupo de Intervenção e Proteção de Socorro da GNR e da Força Especial de Bombeiros, entre outras.

Orlando Cardoso | Diário de Leiria | Diário de Coimbra

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