Instituições de Saúde devem 250 mil euros aos bombeiros de Pombal

Uma dezena de instituições de saúde devem à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pombal cerca de 250 mil euros, o que poderá pôr em risco o normal funcionamento da corporação. A instituição está a ver-se obrigada a recorrer a empréstimo bancário para acautelar a situação.

Num momento em que as dívidas do Ministério da Saúde aos bombeiros está na ordem do dia, depois do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses ter alertado para a situação, Sérgio Gomes, tesoureiro da Associação Humanitária de Pombal refere que neste momento a mesma é credora em cerca de 250 mil euros junto de dez instituições, como hospitais e Administração Regional de Saúde. No entanto, «apenas quatro dessas instituições representam um valor de 231 mil euros, ou seja, 92 por cento do total», refere.

Na opinião daquele dirigente, «se esta situação se mantiver porá em risco o normal funcionamento da Associação», acrescentando que «para evitar e acautelar a situação, estamos a negociar junto da banca a contração de financiamentos de forma a suprir a rutura de tesouraria que em breve poderá ocorrer». Contudo, Sérgio Gomes adianta que «obviamente que esta situação acarretará um conjunto significativo de gastos para a Associação».

Uma opinião corroborada pelo presidente da direção quando afirma que «começa a ser preocupante e poderá colocar em causa postos de trabalho».

Rodrigues Marques recorda que aquando da campanha eleitoral para as Legislativas de junho, e numa visita efetuada pela agora ministra Assunção Cristas, «pedimos que fosse nossa porta voz relativamente aos atrasos nos pagamentos que nos estavam a causar problemas de tesouraria». «Todavia de então para cá as coisas pioraram», refere.

Segundo Sérgio Gomes, os 250 mil euros que a instituição tem para receber «dariam para pagar vencimentos aos nossos colaboradores durante dez meses» ou para «pagar aos fornecedores as aquisições de material corrente durante dois anos e meio»,

A verba seria, também, suficiente para «pagar 20 meses de consumo de combustíveis» ou para «adquirir sete ambulâncias para transporte de doentes» ou ainda para «adquirir quatro ambulâncias de socorro com equipamento de topo».

Na opinião de Sérgio Gomes, «penso que este tipo de associações não podem nem têm que financiar o Estado, arcando com as consequências do seu desgoverno».

Entretanto, também o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria manifestou a sua preocupação face às dívidas da Saúde aos bombeiros. «Se o fluxo financeiro que é contratado não chega às corporações, não é possível manter funcionários assalariados e pode levar a que as associações tenham que despedir bombeiros», explicou à agência Lusa o comandante Nélio Gomes.

O responsável concluiu que, «neste cenário, a prestação de socorro às populações ficará em causa» e admitiu que os atrasos «estão a condicionar o dia a dia nas corporações», mas assegurou desconhecer situações de bombeiros com os ordenados em atraso.

Orlando Cardoso | Diário de Leiria | Diário de Coimbra

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