Vereador pediu investigação a eventuais crimes praticados na autarquia de Castanheira de Pera

O vereador da oposição (PSD) da Câmara de Castanheira de Pêra, Pedro Graça, confirmou hoje à agência Lusa ter solicitado ao Ministério Público (MP) a investigação de casos que lhe “levantaram dúvidas” relativas ao exercício autárquico.

“O pedido de investigação foi feito a partir de situações de que eu, enquanto vereador, me apercebi e que entendo que devem ser esclarecidas”, frisou, acrescentando que englobam decisões tomadas no âmbito da empresa municipal que gere a Praia das Rocas, a Prazilândia.

Pedro Graça escusou-se a falar sobre o processo, alegando que “se encontra em segredo de justiça” e que “agora está tudo nas mãos do MP”.

Na sua edição de hoje, o jornal Público noticia que o MP está a investigar a prática de crimes, como abuso de poderes, administração danosa e falsificação de documentos na Câmara de Castanheira de Pera.

O jornal refere que a participação ao MP foi entregue no Tribunal de Figueiró dos Vinhos e está a ser analisada desde julho no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra.

Em causa estarão decisões nas quais terão participado o presidente da autarquia, os vereadores Ana Paula Neves e Arnaldo Santos, bem como uma jurista camarária e dois administradores da Prazilândia.

Contactado hoje pela Lusa, o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes (PS), desejou que “a Justiça seja célere e que a investigação revele toda a verdade sobre o caso” já que, assegurou, está “de consciência tranquila”.

O vereador Pedro Graça, sublinhou, “tem toda a legitimidade para apresentar queixas no MP, mas não tem o direito de achincalhar os nomes das pessoas na praça pública. Isto não só tem a ver com as eleições autárquicas, que se aproximam, mas também com vinganças pessoais de pessoas que o rodeiam”.

Fernando Lopes disse ainda que “em política não vale tudo” e assegurou não ter recebido qualquer notificação sobre este assunto.

Pedro Graça, por seu lado, assegurou que a sua iniciativa “nada tem a ver com as eleições”, nem tão pouco com as pessoas que o rodeiam. “Isso são desculpas” do presidente, respondeu.

A polémica à volta da empresa municipal já data do início de 2011, com a demissão do administrador da Prazilândia, António Bebiano Carreira, após ter sido confrontado com a ausência de vários documentos de suporte de despesas.

Em maio de 2012, o presidente da Câmara confirmou à Lusa que o administrador da Prazilândia foi acusado pelo MP do desvio de 29 mil euros, quase um ano depois de a Câmara ter solicitado a investigação do caso.

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