Federação do PS/Leiria ameaça expulsar líder concelhio e candidata António Pena

joao_p_pedrosa António Pena e Diogo Coeho são os dois candidatos à presidência da Câmara Municipal de Pedrógão Grande pelo Partido Socialista, em virtude de um desentendimento entre a federação distrital e a estrutura concelhia e que ainda irá fazer correr muita tinta.

No final da passada semana a comissão de jurisdição distrital julgou improcedente o recurso apresentado por um militante da concelhia que contesta o processo de avocação desencadeado pela federação e no âmbito do qual foi aprovado o nome do antigo vereador António da Silva Pena para ser o candidato à autarquia.

Uma decisão que levou o secretariado federativo a manter aquela candidatura, refere o líder distrital dos socialistas, João Paulo Pedrosa. Uma candidatura confirmada, na tarde de ontem, através de uma nota enviada aos órgãos de comunicação social, na qual é referido que a escolha de António Pena resulta de uma “votação expressiva de mais de 90 por cento” dos membros da Comissão Política Distrital “ultrapassando o estipulado nos estatutos do PS que são uma maioria de dois terços”.

Porém, também a Comissão Política Concelhia argumenta o cumprimento dos estatutos para justificar a candidatura do seu presidente, Diogo Coelho, à Câmara Municipal. Uma candidatura que o próprio diz ter sido “subscrita pela ampla e esmagadora maioria dos militantes”, cerca de “86 por cento”.

“A minha candidatura, sublinhe-se, foi a única a ser apresentada formalmente a quem de direito, ou seja, à Mesa da Comissão Política Concelhia, com conhecimento ao Secretariado da Federação e ao Secretariado Nacional”, garante Diogo Coelho, remetendo mais informações para uma conferência de imprensa a realizar nos próximos dias.

Aquele socialista, que há muito está de relações cortadas com João Paulo Pedrosa, considera que a avocação do processo por parte da federação “é uma completa aberração” traduzindo-se numa “clara violação dos estatutos e regulamentos do PS e dos mais elementares princípios de direito constitucionalmente consagrados”.

Quanto à decisão da Comissão Federativa de Jurisdição de Leiria em julgar improcedente o recurso, Diogo Coelho realça que “não cosntituiu surpresa”. “Numa decisão que não foi unânime, rejeitou o pedido de impugnação apresentado, por extemporâneo, obstando por essa via a análise da matéria de facto”, afirma.

João Paulo Pedrosa já deu a conhecer que a federação a que preside “está a reunir um conjunto de elementos demonstrativos de que o comportamento” de Diogo Coelho “é contrário aos estatutos” do partido e, nesse sentido, será intentado um procedimento disciplinar que “será analisado pelos órgãos jurisdicionais competentes”.

“Do nosso ponto de vista há matéria para expulsão do Partido Socialista, todavia, são os órgãos próprios que tomarão essa decisão, a nós cabe-nos velar pelas boas práticas partidárias, que são também éticas e republicanas”, frisa.

Diogo Coelho refere, por sua vez, não ter conhecimento sobre qualquer eventual processo disciplinar contra si, afirmando que lhe “apraz referir e garantir neste momento é que não me vão conseguir calar nem silenciar”. “A esse respeito estou muito tranquilo e sereno, uma vez que, tenho a plena convicção que não violei nenhuma das disposições estatutárias ou regulamentares, ao contrário de outros”, sublinha.

 

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