O número dois da Câmara de Pombal, António Pires, renunciou ao mandato, anunciou hoje o presidente da autarquia, Diogo Mateus, em reunião de executivo.
Sem especificar os motivos da renúncia, na carta enviada ao município datada de 06 de junho e lida hoje pelo presidente, António Pires baseou a decisão em “fundamentos de cariz exclusivamente pessoais”.
Considerando que “foi muito difícil tomar esta decisão”, António Pires deixou expresso que foi “uma honra” ter recebido o convite para integrar o executivo e reconheceu a “colaboração” e “empenho” dos presidentes de junta, assim como a “competência” dos funcionários.
O vereador tinha suspendido o seu mandato há cerca de um mês, por motivos de saúde.
Diogo Mateus revelou que, após a receção da carta, tentou “imediatamente” contactar António Pires, mas “só passados três dias” conseguiu e “após um envio de mensagem escrita”, ficando acordado um encontro pessoal.
A vereadora do PS, Marlene Matias, lamentou a renúncia do número dois da câmara, após “oito meses de mandato”.
Referindo a existência de rumores sobre um alegado “mal-estar” que possa existir no executivo, a vereadora pediu esclarecimentos ao presidente.A agência Lusa tentou contactar telefonicamente António Pires, mas não conseguiu estabelecer contacto.
Diogo Mateus garantiu não ter “outras razões” que não as que foram apresentadas na carta. “Se existe falta de frontalidade, sou vítima e não responsável. Se me perguntar se na câmara há situações de tensão? Há imensas. O presidente da câmara é dos piores para se poder trabalhar e o ritmo de uma câmara é diferente de uma escola. Também gostava de ter mais informação e a câmara merecia ter outra informação”, referiu.
Admitindo que possa ter dito “coisas desagradáveis”, o que também “sucede” com outros colegas “no calor” do trabalho, Diogo Mateus admite ainda que “as pessoas têm sensibilidades diferentes”.
O socialista Jorge Claro acrescentou que António Pires foi “um erro de ‘casting’”. Diogo Mateus garantiu que não se “arrepende”do convite, lembrando que “quem vem para um cargo público tem de ter um enorme espírito de sacrifício”.
António Pires tinha o pelouro da Educação, que fica com o presidente da câmara, e as pastas da Cultura e Juventude. Diogo Mateus anunciará posteriormente a redistribuição dos pelouros.